quarta-feira, 14 de outubro de 2015

1/100 NG Astray Red Frame


Aaahhh Red Frame...aaahh Non Grades...Eu venho percebendo que estou me apaixonando por essa linha!

Eu estava trabalhando nesse cara antes do desafio do Reborns com o GDoll. Lixei e montei pra ter uma noção de como ficaria o garoto. Fiquei impressionado pela divisão de cores da bandai. A mecânica do kit é simples e efetiva. E por ser 1/100, é um tamanho que eu consigo enxergar...mais ou menos. Hahahaha

Quase me entreguei à idéia de deixá-lo assim, até olhar a Katana.

Tudo que o kit tem de bom, a katana tem de ruim. Todas as peças brancas com exceção da lâmina que é cromada. Para piorar, eu guardei as pecinhas redondas da coxa com medo de perder. Mas agora não lembro os coloquei. Ô vida.




Eu estou numa fase de testar diferentes técnicas. Navego pela internet, vejo trabalhos. O problema é que todo trabalho da internet é foda. Eu vejo vários trabalhos diferentes num mesmo kit e fico tentando encontrar aquele que gosto mais. Mas meramente por fotos...não tem como. Então venho tentando aplicar técnicas diferentes pra ver qual me agrada mais.

Ao menos assim, eu já consegui perceber alguns diferenciais:
1- Tamanho importa sim. Se tem uma coisa que dá agonia, é você se dedicar naquele nível de não deixar nenhuma imperfeição (o que pra mim é impossível, mas eu tento), colocar detalhes certeiros e...quando o kit está na estante, não dá pra ver nada. HGs por fotos parecem até "simples demais", mas pessoalmente, é aquilo mesmo. Não adiantar empiriquitar o Kit quando, numa distância de 1m vc não vai conseguir ver decals de warning, pintura de rebites e partes metálicas, etc. Para piorar, você só consegue ver com o kit muito próximo ou em foto. E foto é campeã em mostrar aqueles defeitos que você só enxergaria com lupa. Então, na minha opinião, é muito trabalho para pouco resultado. Depois de perceber isso, desencantei instantaneamente dos RGs. Ainda tenho HGs pra caramba, mas muitos de Build Fighters e UC, que são um pouco maiores e também são minhas vítimas nesse caminho de autoconhecimento.


2- Existe um Bloger cujo site está até na coluna "Links Gundamicos" aí à direita. Os trabalhos dele são fantásticos. Mega detalhados. O kit não tem danos de batalha e praticamente shading nenhum, salvo raras exceções. O cara adorou o conceito dos RGs. Esse negócio de 3 tons de branco, dois de vermelho, dois de amarelo e detalhes metálicos no exoesquelesto e/ou peças mecânicas expostas. Além de encher de pinos, rebites, turbinas e vulcans de alumínio. Ah...ainda tem as lines. Vejam esse Shinning:



O cara foi absurdo. Ele usou muitas pernas do novo Strike RM MG e deu um jeito de encaixar as peças do Shinning ali. Como se esse feito não fosse memorável, teve a adição de lines, a pintura em várias toalidades, o quilo de decalques. Mas cara...só de imaginar o nível de organização para pintura eu já desisto. Isso sem contar nas lines, plas plate e o c%¨%¨a quatro.
Enfim, a pergunta é: Compensa essa quantidade de detalhes se for um MG? A resposta é: Não sei e nem estou disposto a arriscar por agora. Um trabalho desses exige MUITO tempo, MUITA dedicação e MUITA paciência. Eu não passaria nem da parte de organizar as peças pra pintura. Sofreria de depressão no mascaramento. Faria, involuntariamente, danos de batalha ao invés de novas lines, etc. Mas para os mais ousados, fica aí a sugestão.

3- Quanto mais simples, melhor. Eu tenho profunda admiração pelo pessoal que está apaixonado por esses novos MGs. Complexos, cheios de peças. E eles fazem repaint em coisa de uma semana ou duas. Na verdade, esse pessoal faz eu questionar o sentido da minha vída ou, pelo menos, o sentido do Hobby na minha vida. Eu simplesmente não consigo. Para fazer um repaint simples num HG eu levo uns três meses...me complicando em cada etapa. Nos MGs a pintura vira um pesadelo naquele mar de peças. E na hora da montagem ainda tem a frustração da tinta acrílica: Ela é frágil. Cada junta que raspar na outra, tem grande probabilidade de danificar a pintura. Portanto MGs ainda parecem acima da minha capacidade. HGs não trazem tanta satisfação pelo tamanho. Então os "HGzões" é o que há! Os 1/100 Non Grade e possivelmente os Reborn (RE) 1/100  ganharam meu favoritismo. Maior simplicidade significa menos atrito nas peças e maior velocidade na pintura.

E essa é minha provável linha de atuação. Depois de perceber isso comecei a vender algumas coisas, afim de focar mais a coleção. Tá indo mal para caramba, hahahahaha. Então, resolvi ficar com os HGs que tenho para usar de "vítimas". Segurar os MGs até ter mais técnica. E juntar dinheiro para a turma do 1/100 NG e RE.

Falta decidir a pintura. Essa parte é a mais difícil porque, ultimamente, "só" repaint parece insuficiente. Um kit bem montado e polido consegue rivalizar tranquilamente com uma repintura, talvez até vencer. E, de fato, os Kits de Gundam não pedem customizações pesadas, diabos, eles vem praticamente prontos. Quando inventamos de pintar, é melhor que seja algo ousado. Isso parece óbvio, mas quando comecei a querer pintar kits, eu achava que o aspecto do kit pintado nas mesmas cores era um pouco melhor. Um kit mal montado, qualquer coisa vai parecer melhor, mas um kit bem montado, tira o sentido do repaint. Então se você for pintar ou é para mudar o esquema de cores ou é para aplicar técnicas.

Sempre fiquei dividido entre o Shading, o sólido e o metálico. O shading nas fotos é bonito mas sempre ficava naquela dúvida: "Será que pessoalmente, é bom mesmo?". O Sólido só tem graça se você fizer como o PrimaryMH, do contrário, é melhor só montar direito. Descartado. O metálico...ah o metálico...Em Gunplas nos temos aquelas edições especiais "Titanium Finish" que nada mais é do que o Gundam com a pintura metálica. O preço costuma ser o dobro do kit original e sempre fica aquele desafio do que fazer na hora de limpar a rebarba da peça, porque a pintura metálica sai, dando lugar a um branco esquisito. Parecia burrice investir o dobro num kit que, pra ficar bom, vc provavelmente teria que repintar mesmo. Mas mesmo assim, as imagens dele são de babar e o Kit que facilmente definiu essa preferência foi o Sinanju. O Sinanju naquele vermelho reflexivo parece mais atrativo a pilotar do que uma Ferrari.

Bem, tempos atrás eu arrisquei um pós shading sobre um kit montado e envernizado, que foi o meu 1/100 MG God Gundam:


Foi um trabalho que não me balançou. Eu tinha escolhido um cinza que ficou meio esverdeado. Nas peças vermelhas usei preto e ficou muito chamativo. Mas o que matou foi:


A fragilidade, pra variar...

Pensei se era só comigo, então fui olhar o site da pessoa que dá essa dica, o famoso Dannychoo (você pode conferir essas clássicas dicas aqui). Resumindo as dicas dele, é um tutorial para pessoas ocupadas. Ele fala uma verdade que é, pro kit ganhar uma cara bacana, basta um verniz fosco. Hahahaha. Mas pra quem quer ir um pouco além, ele fala do shading com o aerógrafo. E os trabalhos dele, simples, tinham grande apelo visual pelo shading. E ele ainda brinca que você pode errar e fazer cagada que muito provavelmente vai ficar legal. Enfim, enquanto me lamentava, uma vez que não vi nenhum defeito nos kits dele, eu vi isso:




Ahá! Não é só comigo! Claro que nesse GP-01 PG dele isso tá quase imperceptível e não chega nem perto de comprometer o trabalho. Mas, tá ali. Fiquei feliz por saber que não era um vacilo exclusivo meu (eu tendo a achar isso, pq o trabalho de todo mundo dá certo e os meus dão errado), mas fiquei triste ao perceber que essa técnica parece exigir um pouco mais.

Depois disso veio o repaint do Zero MG, do Dynames, e até uma tentativa falha de customização do NT-1 que até postei aqui no blog. Todos pareciam insuficientes. Não cativavam. Não era recompensador. Depois de todo trabalho que temos, ele tem que ser, no mínimo, recompensador.

Foi navegando na internet que despertei a vontade de tentar o shading de novo. O primeiro fator foram fotos e vídeos de coleções. Eu tenho tesão em ver coleções e fico impressionado com a criatividade do pessoal em expor seus trabalhos, em mesclar isso à decoração de algum ambiente. A arte vai além do kit....o trabalho também. Hahahaha.

Então, comparando fotos e vídeos, percebi que numa exposição, os kits com shading parecem ter um apelo maior. Era como se eles pudessem se mesclar melhor ao ambiente e ainda assim chamar atenção. E isso é fácil perceber porque coleções de gunplas envolvem, em sua maioria, pessoas que só gostam de montar. É fácil identificar repinturas. Mas eles ainda parecem alheios de alguma forma. Os que tinham shading não, pareciam especiais.

Para arrematar, um amigo que admiro muito vinha aplicando essa técnica em seus trabalhos e todos eles estavam incríveis com ela! Vocês provavelmente já conhecem o Crysalles e seu blog. Decidi tentar o shading de novo. Não estava animado com o pós shading, ele exige muita concentração, mira e traço com o aerógrafo. O pré-shading estava na mira até eu ver esse vídeo:


A aplicação prática do "Highlighting" e, principalmente, sua facilidade me deixaram atiçados. Agora era só achar uma vítima e foi quando consegui convencer um amigo a me emprestar o Heavy Arms 1/144 dele para fazer o teste.

Eu não tirei fotos do kits. Mas como meu amigo só havia montado e aplicado os stikers, o resultado estava mais ou menos assim:

E, depois de algum esforço, deixei ele assim:


Um Highlight de leve em todas as peças. Nas brancas a cor base foi um stonewall gray, e depois um dead white para fazer o highlighting, ambas da vallejo. Nas peças azuis esverdeadas, um Dark Gray Blue (vallejo) de base e uma mistura de azul com preto (acrilex) para o verde azulado. Por fim, um Preto brilhante da Vallejo que é idêntico ao gunmetal e o Titanium, também da vallejo, para clarear. Achei o resultado fantástico e namorei esse kit até o dia de sua devoluçao. Não sei se meu amigo gostou, mas eu adorei.

Agora é a hora de testar o metálico, e aí entra o Astray. Era óbvio que queria deixar o frame dele vermelho metálico, mas foi difícil decidir que tonalidade de vermelho usar. Eu queria aquele vermelho do Iron Man, mas tava difícil imaginar em como eu conseguiria aquilo. O jeito foi testar minhas cores metálicas em colheres de plástico.

Minha receita deu mais ou menos certo ao utilizar GunMetal (o preto da vallejo no caso) e um vermelho transparente (esse da tamiya, acrílico). Estava decidido a cor do frame. Agora faltava decidir o resto.
Sempre fico dividido em que metálico combina mais que o branco. Nos "Titanium finish" acho aquela cor muito puxada para o prata e não me agrada. Em gundam acho bonito o branco. Na internet vi o branco perolado e comecei a ir nessa direção até ver, numa visita de rotina ao gundam guy, um astray com o frame metálico mas as peças brancas com shading. Não vou postar a foto para não desvalorizar o meu trabalho, hahahahaha!

Enfim, a mistura das duas técnicas me empolgou e parti para o trabalho:

1- Separei as peças por cores de pintura. Antes eu passava primer em todas de uma vez. Mas toda hora sumia peça, era uma bagunça para colocar os jacarés no isopor, sem contar que era uma eternidade pra pintar tudo. Dessa vez decidi ir mais devagar. Trabalhar em cada cor de uma vez. Peguei as peças vermelhas e parti pro primer da Mr. Hobby, nas esperança de melhorar a resistência das tintas:



Mesmo tendo lixado como um condenado, ainda ficaram várias imperfeições como essa:



Ou essa:



Não é do meu feitio, acho um saco ter que tapar esses buracos, lixas e passar o primer de novo. Mas me obriguei a fazê-lo dessa vez.



Nessa foto já com o Gun Metal, o Vermelho transparente e o verniz brilhante da vallejo aplicados.

Hora de partir para as peças brancas!

Primeiro o primer:


O cinza do primer é praticamente idêntico ao cinza que uso para fazer o branco mais escuro (stonewall gray), então parti logo pro Shading e pro Verniz satinado da vallejo:


Fica um shading bem leve e harmônico, com a luz nem parece que ele está ali.

Mas está!


Agora é hora do Cinza neutro. Usei preto da vallejo como base e fiz o Highlighting com o Neutral Gray da Tamiya.

Nas peças pretas eu fiz o mesmo caminho, mas não esperava que o cinza fosse clarear tanto:


Então apliquei leves jatos de preto até a peça ficar mais harmônica.

Agora já dá pra montar pra ver como tá ficando:


Coisa linda! Hahahaha! Depois de vê-lo assim eu fiquei apaixonado. Parti para a pintura dos dedos e deu tão errado e eu fiquei tão frustrado, que nem tirei foto.

Mas esse kit terá de ser encostado, pois comecei a trabalhar no Reborns para enfrentar o Gdoll e como ele mesmo disse "não é bom emendar um trabalho no outro" e meu início com o Reborns está MUITO turbulento, então dei uma pausa nele também, mas como não pretendo fazer nada revolucionário, acho que termino até o fim do mês.

Depois do Reborns vem a copa zaku (sim! outra) então esse Red Frame só vai ser totalmente concluído ano que vêm. Por essa razão, fiz esse post. Hahahaha!

Mais um "trabalho"!


Um sincero obrigado para quem teve o saco de ler até aqui! Em breve novidades do Reborns!

2 comentários:

  1. realmente é muito texto.
    o seu shading é bem discreto, acho que o shading marcado é muito feio.
    eu gosto mais de cores metálicas, contraste de brilhante e fosco e muitos detalhes, mesmo que só eu veja e saiba que eles estão lá, logo minha linha favorita é MG.
    eu tenho 4 1/100 HG (NG) sem uso aqui, quer trocar ?
    o wing zero custom ew, o deathscythe hell (segunda versão do TV), heavyarms EW e tallgeese III, subistitui eles pelos MGs.

    ResponderExcluir
  2. Muito bom!

    Concordo plenamente! A técnica do highligth é fantástica! Os "mestres" do modelismo referenciam ela como uma das melhores técnicas, superior aos shadings da vida, mas claro, sem menosprezar as demais...

    Cara, sou fã também dos 1/100! Você resumiu exatamente minha opinião! 1/100 é foda, mas infelizmente a linha RE ao meu ver escolheu kits extremamente toscos...

    Cara, sou fã dessa versão do Astray! Esse pé eu acho perfeito... infelizmente substituiram no MG por aquele sapato coisado...

    É muito difícil não danificar um kit! Se for olhar bem, os caras que fazem trabalhos mais fodas não tiram fotos dos kit em muitas poses, justamente para não arranharem o kit... Acho que só loucos como nós fazemos isso... basta ver que em várias fotos tem aqueles pequeninos pedaços de tinta no chão, resultado da mobilização excessiva do kit... Mas prefiro expô-lo móvel do que deixá-lo duro para sempre...

    Cara, esse Heavy arms ficou foda também! Terei todos os MG de Endless Waltz ainda! (os verdadeiros ew...)

    Um post longo, mas muito bom!

    Valeu a menção!

    ResponderExcluir